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Siga o coelho e entre na toca, Aqui você vai encontrar textos sobre várias coisas te convidando a refletir. Mas lembre-se, eles foram escritos por alguém e expressam uma opinião, não uma verdade, você pode discordar ou não. * Spoilers estão identificados e ocultos, para ler selecione o trecho.

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sábado, 24 de outubro de 2015

A Culpa é Sua Sim



Esse post surgiu de uma forma muito aleatória mas preocupante. Eu fui em um grupo do Facebook divulgar uma estória que estou escrevendo e primeiro fiquei frustrada ao perceber que as pessoas procuram muito mais por romances e hots e a minha tinha um foco completamente diferente. Bom, gosto é gosto. Então continuei passando pelas postagens e vi uma divulgação que me chamou atenção, eu encontrei algo realmente problemático e preocupante. Era um trecho, ou sinopse (eu não me lembro, e não importa realmente) que claramente indicava uma agressão e deixava claro que era uma relação consentida. Veja, eu não quero julgar quem fez isso, eu não peguei para ler e não tenho o menor interesse, o problema é existir  interesse, o problema é a romantização do abuso. Pouco importa como surgiu aquela relação ou que rumo ela ia tomar. Eu sei que eu estava dentro de um grupo do Facebook com uma parcela estatisticamente pequena para analise mas isso não deveria acontecer porque é uma carta branca dizendo que o assédio está liberado, é velado e quase sutil mas assustadoramente real.

Então, vamos falar sobre isso? A vida imita a arte, isso é tão verdade, mas tão verdade. A mente doente de quem diz que uma mulher e até uma criança pede para ser assediada de acordo com suas roupas tem um senso de realidade tão distorcido que ver as pessoas apreciando e romantizando o abuso é quase - se não for exatamente - um convite para a própria prática. Isso não é engraçado, não é legal e ~ o mais doentio ~ não é romântico.

Nós temos um discernimento muito bom de certo e errado, nós fazemos campanhas, damos apoios, incentivos, ensinamos, denunciamos, na vida real é tudo muito bonito ( ou não, óbvio). Mas a família tradicional brasileira, aquela do comercial de margarina que nosso legislativo defende, tem uma noção bem esquisita desse certo e errado quando apoia o que a televisão ensina, quando vê um romance bizarro onde claramente não deveria existir. Não é na ficção que está o problema, mas quando esse público apoia o assedio em vez de criticá-lo ele está dizendo sim; quando esse mesmo público critica o assédio real o agressor debocha na sua cara. 


Quando você diz “criança viada”, quando você pede nudes de uma menina de doze anos, então eu diria que você chegou no auge do absurdo. É assustador como a forma com que o ser humano está lidando com criança revela a nossa sociedade e isso é uma coisa incrível da combinação entre internet e seres humanos: eu não preciso assistir MasterChef Junior para chegar até mim a catástrofe que virou os comentários absurdos sobre essas crianças - crianças. O fato de estar atrás de uma tela confere ao ser humano uma capa da invisibilidade das mais chocantes possíveis, ele se revela para o mundo como se ninguém pudesse vê-lo, mas sabemos que ele está ali e que aquilo é exatamente o que ele é quando desliga o computador e vai viver sua vida. Nós não concordamos, nós nos horrorizamos, mas acredite, alimentamos essa sociedade assim.





Um spoiler sobre a vida: se você acha que estou culpando a vitima, você é burro e não entendeu nada. Eu culpo a nossa sociedade, a nossa cultura sim.
Se você faz piada com assédio, estupro, racismo, homofóbicas, machistas, com pedofilia, com campanhas que visam apoio a pessoas que sofreram algum tipo de assédio, se você romantiza o assédio - sim, a culpa pela nossa sociedade ser assim também é sua.

Desculpa McFly, não era esse o futuro que você deveria encontrar.

sábado, 10 de outubro de 2015

Muito Além dos Teams




Pense em um livro, pode ser o seu preferido, você é team o que? Ah, com certeza você pensou que eu estava falando do triangulo amoroso, mas por que você não pensou no herói ou na luta do bem contra o mal? Talvez nas questões e dilemas, ou quaisquer outros personagens, esse livro que você pensou fala exclusivamente de um triangulo amoroso? Então a capa dele deveria ser “com quem fulano fica”, nesse caso, na primeira página você deveria ler algo como “ignore toda a minha estória e se preocupe só com meu personagem principal e sua felicidade amorosa, foi para isso que eu fui escrito”.

Se nem Deus tem um fandom infalível, livros, filmes e séries não estão imunes a ter um tão problemático e as vezes até superficial que briga entre si enquanto deixa passar as verdadeiras questões da estória que, na verdade, deveria uni-los. Ocupados demais em separar-se e rivalizar-se em teams, shipps e discutir quem deve ser o casal definitivo, além (é claro) de quantificar e qualificar fãs e posers, todo o debate - muitas vezes realmente complexo - acaba num pano de fundo sujo, apagado e esquecido.

Claro que uma história de amor da um tempero diferente para uma guerra, um fim de mundo, uma desordem qualquer, mas sério? Vocês (ou nós, depende), legião de fãs não podem se resumir a quem vai ficar com quem, porque as estórias são muito mais do que isso - OK, a maioria.

Posso falar só de Jogos Vorazes aqui no meu espaço de exemplos? (pode moça, o blog é seu - obrigada). Se passa no futuro e a sociedade vive um regime totalitário, os jogos são realizados pela capital anualmente entre os doze distritos sob sua tutela. Katniss se oferece no lugar de sua irmã para impedi-la de ir para os jogos e protegê-la.  A população é obrigada a assistir pela televisão seus tributos lutarem até a morte e, olha só, até aqui eu não mencionei romance, olha quanta coisa tem nesse contexto. Tudo isso é sinopse viu gente, vou falar mais depois da tag.
[spoiler] Jogos Vorazes tem referencias a Roma Antiga: as carruagens, as bestas na arena, o pão & circo, esse ultimo tão presente hoje em dia e é esse o elemento que torna a estória tão atual e tão real. Não pela arena em si, pelos jogos, pelos realitys, por usar um entretenimento para desviar a atenção da população dos problemas de verdade. Claro que fora a capital e os carreiristas há controvérsias sobre o grau de entretenimentos dos jogos, em todo caso continua sendo um grande reality. E os nossos entretenimentos do dia a dia? como olhamos para eles?
Eu me lembro de uma cena que me chocou: uma reunião com os vencedores restantes, logo antes do ritual de execução do presidente Snow, em que eles devem decidir sobre um novo e simbólico Jogo com crianças da capital, crianças relacionadas com aqueles que possuíam maiores poderes. Katniss diz sim, por Prim. É como se tudo o que ela passou até ali tivesse sido em vão - não vem ao caso aqui o fim do livro e como as coisas se resolvem depois disso - porque havia uma causa em questão que, sendo a decisão dela movida por algo ou não, ela estava jogando fora com esse sim e eu achei isso chocante. Como se, depois da segunda guerra tivesse uma reunião para votar campos de concentração para loirinhos de olhos azuis simbolicamente como vingança ou tantos outros exemplos igualmente reais. Essa cena diz tanto, mas tanto de nós e da nossa realidade, de como somos e agimos. Não, eu não estou negando que a relação de Katniss com Peeta ou Gale não tenha importância para o desenvolvimento da personagem, suas decisões e que isso não reflita no desenrolar da estória, mas vejam quanta coisa importante existe além disso.[/Spoiler]


Vou deixar aqui esse video :)




Então pegue aquela estória em que você torce para o Frederico ficar com a Ferdinanda, abra a cortina dos shipps e mergulhe na essência daquele mundo. - Você ainda pode torcer para FF, mas não esquece de manter os olhos bem abertos para o que aquele universo está tentando lhe dizer.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sobre Torcer Pelo Vilão e Nosso Dilema Moral (ou não)





A imersão na ficção é tão libertadora que te permite torcer pelo vilão sem as amarras da ética e da moral que delineiam nossa realidade. E o melhor, sem culpa. Você já fez isso, não negue. Depois, muito provavelmente, lavou as mãos sujas de pipoca e foi fazer qualquer outra coisa como se nada tivesse acontecido. (eu espero que você tenha no máximo derrubado o refrigerante, porque se tinha sangue do seu colega você tem um sério problema e eu preciso parar de escrever meus posts).


Você com certeza já assistiu algo que, basicamente, se resumia a uma grande caçada a um criminoso - por assim dizer - e isso pode ter durado duas horas, trinta e sete episódios, cinco temporadas, claro que há muitas variações mas não duvido que você desejou que não acabasse. Não duvido que você quis de verdade que a caçada continuasse para que seu, filme, série ou o que fosse durasse um pouco (muito) mais e naquele momento não passou pela sua cabeça egoísta que para isso outros personagens iam morrer, o tráfico ia continuar… Ah, nossos desejos egoístas matando e alimentando o crime fictício.



* Eu pensei sobre isso tudo quando estava assistindo The Fall - se você não viu eu recomendo ;) - eu simplesmente não queria que a série acabasse e depois pensei sobre. [Spoiler - The Fall] Eu lia os comentários no app de séries e algumas pessoas falavam sobre Spector ser sexy com memes e tudo mais e eu pensei no quanto isso é doentio (você falar da sensualidade de um assassino), mas no fundo eu não queria que ele fosse pego. Calma, não sou tão psicopata assim a ponto de curtir os assassinatos, o que eu realmente curtia no fato dele estar solto era o jogo de esconde-esconde entre ele e Gibson. A série não brincava de “vamos descobrir quem é o assassino”, ela mostrava os dois para o espectador, desde o começo sabíamos sobre Spector como se fosse um jogo e por isso a adrenalina cada vez que eles se aproximavam, por isso você quer que eles se aproximem mas que Spector não seja pego, quer ver até onde ele consegue chegar.[/Spoiler The Fall] [Spoiler Death Note] Tipo L e Raito em Death Note, é quase a mesma caçada, quase o mesmo jogo, tão genial quanto. Você torce para quem? Raito é um vilão se ele mata criminosos? É um serial killer? Isso é quase irrelevante quando os jogos dele são tão sedutores e a caçada tão intrigante que você (eu) só quer que continue em meio ao emaranhado que virou sua teia.[/spoiler Death Note]
[Spoiler Breaking Bad]Me diga, cidadão de bem, você apóia o tráfico? Mas provavelmente torcia por Walter White mesmo depois que ele conseguiu dinheiro para sua família - ah, era uma boa causa, ele até calculou a quantia certa e queria dar um futuro pros filhos - e esperava um final diferente de sua morte apesar dele ter cavado sua própria cova (claro que o câncer já ia matá-lo mas ele não morreria pelo tráfico se não fosse a ambição pelo poder de controle, convenhamos). Hum, o que me diz da sua moral relativa? [/Spoiler Breaking Bad]
[Spoiler Senhor das Armas]Mas relaxa que eu tenho uma boa noticia, Yuri termina Senhor das Armas em liberdade - eu avisei que tinha spoilers nesse trecho, não me olhe assim - depois de ser pego, é claro. Depois de torcermos por ele o filme inteiro, ah… não negue, você torceu por ele e respirou aliviado depois de seu discurso que o libertou. Afinal, alguém precisava fornecer armas para o inimigo do inimigo de seu captor e manter o tráfico de armas fluindo.  [/Spoiler senhor das armas]


A questão é que a caçada da um prazer quase sádico, enquanto relativizamos o certo e o errado de forma tão velada e imperceptivel desejando que a perseguição não termine nosso senso de moral está em stand by, o bem e o mal estão em xeque e talvez a gente nem se de conta que abstraímos tantas coisas porque simplesmente terminamos e partimos para outra. As vezes rola uma ressaca (umas bem pesadas do tipo ~ minha vida perdeu o sentido ~ e não sei o que fazer) mas sim, a gente sempre parte pra outra sem pensar realmente sobre isso, sobre o quão prazeroso é acompanhar e torcer pelo “lado errado”. (e por que não, por quê fazemos isso?).



Mas OK, enquanto você não levar isso pra vida real, tudo bem. *Eu havia feito um pacote só no trecho com spoiler e uma unica marcação colocando a tag no inicio e no fim do trecho mas acabei especificando certinho o trecho onde cito cada coisa para o caso de alguém já ter visto cada coisa poder selecionar e ler a parte especifica.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Porque The Walking Dead é melhor que Fear The Walking Dead



O medo é um clichê, o fim do mundo é um clichê, estamos acostumados com o fim do mundo e não há nenhuma grande novidade em proteger desesperadamente sua vida de algo desconhecido e assustador, algo tão quase humano no limiar entre um doente e um morto que se confunde com uma pessoa. É natural lutar para sobreviver, é clichê, estamos acostumados a ver milhares de pessoas desesperadas correndo para se salvar.



Fear fala do começo do fim do mundo, mais um começo de mais um fim. Nós (eu) criamos grandes expectativas porque já eramos (sou) fãs de TWD e Fear fala de especialmente um começo de um fim mas não é especial, porque o trataram como mais um e nós esperávamos algo mais. Pontuando aqui apenas questões de momentos narrativos que tiveram ou não sua relevância, muito mais do que analisar a qualidade ou falhas em detalhes, digo que o momento do apocalipse de Fear foi “ok” demais e isso é muito sem graça.



Mas vamos falar de falhas - aquelas sob o meu ponto de vista -  enredo e o fim do mundo especifico de TWD, esse presente em Fear.[spoiler] Fear The Walking Dead se passa durante o coma do Rick, conta como as coisas começaram, conta tudo o que nem nós e nem os personagens que conhecemos não sabiamos. Considerando que, com todo o andamento de The Walking Dead, alguns personagens ainda estavam confusos e desnorteados nessa nova realidade como Hershel acreditando que os *walkers eram apenas pessoas doentes - vamos desconsiderar o fato de ser um idoso que poderia acreditar facilmente em “qualquer coisa”. Outros personagens mesmo depois de tanta convivência hesitavam com a realidade distorcida em que viviam. Nesse contexto tudo era uma grande novidade. Mas Fear que, cronologicamente - dentro da narrativa - viria antes de tudo isso, não respeita vários aspectos: garotos nerds conhecem zumbis, as pessoas conseguem aceitar muito mais fácil que os walkers são apenas mortos, entre outras divergências e incompatibilidades. Não consigo ver um processo coerente de aceitação até chegar ao ponto no qual estão os personagens dentro de TWD, é como se no primeiro episodio de Fear fosse uma surpresa e depois estivesse tudo ok sendo que pra mim, para a série cumprir a promessa de se passar antes da outra essa transição de aceitação deveria ser pelo menos mais lenta. [/spoiler]Fora isso, as questões pós apocalípticas são mais profundas para mim, continue lendo ;)



As verdadeiras questões vem depois do fim, elas se encontram no mundo pós apocalíptico. O apocalipse em si não é importante, não é revelador, não significa grande coisa, ele apenas zera o mundo e é esse mundo pós apocalíptico que revela as pessoas. É a reconstrução, o novo, a busca do que nunca será que realmente importa. Essa é a grande essência de The Walking Dead. A sobrevivência em mundo que não existe mais, com outros como você, tendo que reconstruir a moral e a ética depois que você aprendeu a conviver com *walkers é muito mais complexa e reveladora. É esse cenário que traz a tona a essência de um individuo, seja sozinho ou num grupo; seja ela moral, imoral ou amoral. Quando sobra apenas matar ou morrer e nada mais importa, quando a cura ficou para trás e o verdadeiro inimigo é outro igual a você - não mais um walker. A sociedade deve se reerguer nesse contexto, é nesse cenário que estão as verdadeiras complexidades. É Aqui que a humanidade se relativiza, que o bem e o mal são colocados em xeque.
Sabe aquele lance de ~ se existem tantos planetas será que só tem vida no nosso ~ agora pense em algo do tipo… num planeta tão grande provavelmente há outros grupos, então é assim que se relativiza a verdade: uma visão, muitas verdades, de que lado você está? A resposta é óbvia porque você só conhece uma verdade inteira, mas e se conhecesse todas elas, você ainda escolheria um lado? Você conseguiria ficar de um lado só conhecendo todos eles? Claro que não, por isso é tão complicado. Nós sabemos disso, sabemos que devemos considerar as outras versões mesmo sem conhecê-las só pelo fato de elas existirem, mas não fazemos isso, nós tomamos partido pela versão da verdade que conhecemos e acompanhamos. Porque somos humanos como os personagens e acompanhá-los também nos revela, não é genial?



Talvez você me diga “mas Fear é o comecinho de TWD e talvez te de a oportunidade de acompanhar outra versão de verdade e ….” , é, talvez, mas Fear morreu no clichê. Morreu no mais um fim de mundo em vez de O fim de mundo, o grande apocalipse de TWD. Ficarei com meu mundo pós apocalíptico de sobrevivência e recomeço do que nunca será.



*walker -> eu optei por usar o termo walker (errante) já que em nenhum momento da franquia original é usado o termo “zumbi”

sábado, 3 de outubro de 2015

Isso é Clichê?



Antigamente quando a gente lia ou assistia algo havia um certo conforto em saber que o personagem principal ia sobreviver ao final de toda a narrativa independente dos obstáculos que fosse obrigado a passar e, geralmente, sabíamos também que o herói vencia o vilão no clássico bem contra o mal. Ou para ensinar princípios ou porque era uma formula que funcionava mesmo, isso não vem ao caso. E hoje? Quando você está lendo ou assistindo algo, o que é o esperado, que o personagem principal sobreviva ou morra? Não importa o que você respondeu, você acertou.

O leitor de hoje não espera mais que o personagem principal viva só porque é o principal, a gente quer que o personagem viva apenas porque gostamos dele mas não criamos expectativas só por ser o principal, não mais. O clichê não é mais viver, a gente também espera que ele morra. Já nos acostumamos com essa possibilidade, obviamente que não contamos com ela muitas vezes simplesmente porque não queremos mesmo, mas sabemos que ela existe sim. Atualmente você não pode mais surpreender com ~o que~ deve fazer isso com ~como~. As ações ou acontecimentos (viver ou morrer) até podem ser previsíveis, o imprevisível deve vir do como.

Viver só por ser o principal é clichê, assim como matar só por ser o principal para quebrar esse clichê também é clichê. Assim como na vida, o personagem tem duas possibilidades para sua existência dentro da narrativa: viver ou morrer e já nos acostumamos com isso, não esperamos mais pelo final perfeito do felizes para sempre. O COMO o personagem vai sobreviver ou ser derrotado de todas as formas na vida é que deve surpreender. Claro que a obviedade do clichê é diferente de um acontecimento esperado pela coerência da narrativa, esse ultimo não é um mero clichê - se ele foi trabalhado no como.

Outro ponto, um personagem principal se dar bem não significa que ele se deu bem só porque era o principal. Quer dizer que ele não merecia isso só porque ele era o principal? Algumas pessoas tem essa ideia batida de que é preciso quebrar esse antigo padrão de os bons ou principais conseguirem tudo, quebrarem as regras ou serem as exceções pelo único motivo de serem os principais. A questão é, o fato de serem os principais tira deles o direito de conseguirem essas conquistas só porque é um fato batido e seus autores tem a obrigação de impedí-los para quebrar um padrão? Isso não seria injusto com eles? O único dever do autor/roteirista/seja la o que for é tentar surpreender no como seu personagem vai fazer o que bem entender.